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De acordo com o especialista, o consumo constante de vídeos curtos e altamente atrativos condiciona o cérebro a buscar gratificações imediatas. Isso faz com que narrativas mais lentas, como as das séries, pareçam exigir esforço demais. O resultado é um bloqueio, mesmo quando se trata de algo que a pessoa sabe que gosta.
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Outro fator que atrapalha é a enorme quantidade de opções nas plataformas de streaming. A variedade pode causar uma espécie de paralisia, em que o medo de fazer uma escolha errada impede qualquer decisão. O cérebro, diante da sobrecarga, prefere não iniciar nada.
Esse padrão de comportamento pode se estender para além do entretenimento. Quando a dificuldade de começar também afeta tarefas do cotidiano, projetos pessoais ou conversas importantes, é sinal de alerta. Nesses casos, sentimentos como culpa, frustração e baixa autoestima podem indicar algo mais profundo.
Problemas de saúde mental, como transtorno de déficit de atenção (TDAH), ansiedade, depressão e burnout, também podem estar por trás dessa dificuldade. Em cada uma dessas condições, iniciar atividades pode se tornar um desafio por diferentes motivos, como exaustão, pensamentos intrusivos ou falta de prazer.
Para superar esse bloqueio, a recomendação é começar devagar. Assistir apenas dez minutos de um episódio pode ajudar o cérebro a perceber que iniciar não é algo ameaçador. Criar uma rotina simples e reduzir as distrações também são estratégias úteis.
Limitar as escolhas a poucas opções e ajustar as expectativas são atitudes que ajudam a diminuir a ansiedade. Segundo Rios, não existe a série perfeita, mas sim o hábito de dar o primeiro passo. E, se o problema se repetir em outras áreas da vida, buscar ajuda profissional é um ato de cuidado necessário.
