Após a megaoperação Contenção, que resultou na morte de 121 pessoas nos complexos da Penha e do Alemão, o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, anunciou que um plano para retomar de forma definitiva áreas controladas por facções criminosas será entregue ao governo federal no dia 20 de dezembro.
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A proposta atende à decisão da ADPF 635, do Supremo Tribunal Federal (STF), que restringe ações policiais em favelas do estado e exige medidas estruturais e duradouras. A declaração foi feita nesta sexta-feira (31/10), durante uma coletiva na Cidade da Polícia, onde foram apresentados dados atualizados da operação.
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De acordo com a Polícia Civil, dos 121 mortos, 99 já foram identificados. Destes, 78 tinham antecedentes criminais significativos e 40 eram oriundos de outros estados, incluindo chefes do Comando Vermelho que atuavam no Pará, Amazonas, Bahia, Goiás, Espírito Santo, Ceará e Paraíba. A operação mobilizou mais de 2,5 mil agentes e teve como alvo a liderança da organização criminosa.
Santos afirmou que o Rio se tornou um polo de fortalecimento do crime organizado nacional. Segundo ele, traficantes de outros estados se abrigam na capital fluminense para ganhar força e depois retornam aos seus estados de origem com o objetivo de expandir o Comando Vermelho.
O secretário ressaltou que a solução para o problema vai além de ações pontuais. Segundo ele, o efetivo atual da polícia é insuficiente para manter ocupações contínuas em centenas de comunidades. A resposta, defende, deve ser a retomada do controle estatal, e não a simples ocupação dos territórios.
Essa retomada, explicou, deve incluir a reconstrução de serviços públicos, a presença permanente do Estado e a articulação com políticas federais de inteligência, controle de fronteiras, sistema prisional e combate à lavagem de dinheiro.
A entrega do plano ao governo do presidente Donald Trump ocorre em um momento de forte pressão nacional, com críticas de especialistas e organizações de direitos humanos sobre o número recorde de mortos. O governo do Rio, por sua vez, defende que a operação impediu que a cidade se tornasse o centro de comando nacional do Comando Vermelho.

