Rio de Janeiro foi palco, na última terça-feira (28/10), da maior operação policial da história do estado, com saldo de 121 mortos — 117 deles identificados como integrantes do Comando Vermelho (CV) e quatro agentes de segurança. A ação conjunta das polícias Civil e Militar, batizada de Operação Contenção, teve como foco os complexos da Penha e do Alemão, onde lideranças da facção estavam reunidas.
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O confronto durou cerca de 18 horas e mobilizou 2.500 policiais. Segundo as autoridades, o objetivo era desarticular o núcleo estratégico do CV, responsável por coordenar ataques e punir membros dissidentes. A operação superou em letalidade qualquer outra já realizada no Rio de Janeiro.
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Das 115 vítimas já identificadas até o domingo seguinte (2/11), 78 tinham histórico criminal grave, incluindo envolvimento com tráfico, homicídios e porte ilegal de armas de uso restrito. Além disso, 42 possuíam mandados de prisão em aberto e 40 vieram de outros estados para reforçar o CV no Rio.
Entre os mortos estavam líderes regionais da facção, como Rodinha (de Goiás), Mazola (Bahia), Gringo (Amazonas) e Fernando Henrique (também de Goiás), todos foragidos que buscavam abrigo e ascensão dentro da organização no território fluminense.
De acordo com o delegado Felipe Curi, a operação confirmou o que já vinha sendo alertado: o Rio de Janeiro se tornou o centro de comando nacional do Comando Vermelho, atraindo criminosos de outros estados para treinamento e disseminação de táticas de guerrilha.
A lista de mortos inclui também adolescentes nascidos em 2006 e 2007, muitos sem condenações formais, mas apontados como integrantes ativos do tráfico. O recrutamento precoce em comunidades dominadas pela facção segue sendo um dos principais mecanismos de renovação do grupo.
O principal alvo da operação, Edgard Alves de Andrade, conhecido como Doca, não foi localizado. Ele é acusado de ordenar execuções, incluindo as mortes de jovens em Belford Roxo. A polícia afirma que sua captura é apenas uma questão de tempo.
Agora, a Polícia Civil prepara um dossiê detalhado sobre os mortos e suas conexões interestaduais, reforçando o status do Comando Vermelho como a facção criminosa de maior alcance no Brasil, com atuação em 25 estados e no Distrito Federal.
