A Polícia Civil de São Paulo atribui quatro homicídios à Ana Paula Veloso Fernandes, de 36 anos, suspeita de atuar como uma serial killer entre janeiro e abril de 2025. Os assassinatos ocorreram em Guarulhos, na capital paulista e no Rio de Janeiro, todos com o mesmo padrão: aproximação, manipulação, envenenamento com “chumbinho” (veneno ilegal) e tentativas de incriminar terceiros.
A primeira vítima foi Marcelo Hari Fonseca, ex-locador de Ana Paula, morto em janeiro após uma discussão. Ela confessou o crime, ocultou o corpo e tentou assumir a casa. Em abril, Maria Aparecida Rodrigues, de 49 anos, foi envenenada após Ana servi-la com bolo e café. O caso, inicialmente tratado como morte natural, foi reaberto após exumação e laudos toxicológicos. Ana tentou incriminar um ex-affair, o policial militar Diego Sakaguchi, forjando mensagens para simular um triângulo amoroso.
Em junho, o tunisiano Hayder Mhazres, de 36 anos, morreu após consumir um milk-shake preparado por Ana, com quem havia tido um breve contato por aplicativo de relacionamento. Após a morte, Ana tentou se passar por companheira do estrangeiro para obter benefícios, mas foi desmascarada pelo consulado da Tunísia.
O último homicídio ocorreu em abril no Rio de Janeiro. Neil Corrêa da Silva foi envenenado com feijão preparado por Ana, a mando da filha dele, Michele Paiva da Silva, que mantinha contato direto com a criminosa. As duas chamavam os crimes de “TCCs” e trocavam mensagens sobre valores, métodos e formas de ocultar rastros. Michele foi presa em outubro.
A investigação, conduzida pelo 1º DP de Guarulhos, cruzou laudos toxicológicos, mensagens e rastreamentos para comprovar a autoria. O mesmo veneno foi identificado em todas as vítimas. Ana Paula está presa preventivamente desde setembro, por ordem do Tribunal de Justiça de São Paulo. A polícia ainda apura se havia novos crimes planejados e a origem dos venenos utilizados.

